domingo, 22 de abril de 2012

1.1 O valor do Reino dos céus


   1.1   O valor do Reino dos céus

“Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro”

O Senhor Jesus, em seus ensinamentos, sempre usava coisas conhecidas ou do cotidiano das pessoas para ensinar lições espirituais. Aqui, por exemplo, ele compara o reino dos céus a um tesouro, a fim de nos fazer entender o seu grande valor.
Jesus compara o reino de Deus a um tesouro material para ajudar a nossa mente, acostumada a pensar no nível desta vida, a considerar sobre o seu valor. Mas será que é possível estabelecer uma comparação sobre o valor destes dois tesouros?
Por mais que pareça absurda a ideia de fazer qualquer comparação entre o que é material e o que é espiritual, ou ainda, de se medir aquilo que é eterno com base naquilo que é temporal, na verdade é isto que continuamente fazemos nesta vida. E o pior de tudo, é que a grande maioria tem errado na sua avaliação.
A todo instante em nossas vidas somos obrigados a decidir que atitudes tomar. Estas ditas atitudes tem reflexos para esta vida e para a eternidade. E é neste momento que estabelecemos a já mencionada comparação entre o temporal e o eterno, a fim de podermos decidir o rumo a seguir.  
O ser humano, no geral, é possuidor de uma grande ambição. Todos, geralmente, têm o desejo de possuir, de avançar, de conquistar! E eu tenho certeza que esta ambição não é má em si mesma.
O problema do Ser humano não esta em ter ambição, mas em ambicionar mais as coisas que deveria cobiçar menos. E às vezes a situação se torna pior ainda, quando deixamos totalmente de ambicionar o que realmente é mais valioso. A grande maioria só erra por uma questão de falta de visão, por não conseguir enxergar um pouco mais longe. Por não saberem onde está o verdadeiro tesouro.
Vamos propor uma ilustração para lançar um pouco mais de luz sobre a questão das nossas decisões que implicam para o presente ou para a vida eterna. Imagine uma dona de casa em um supermercado com a tarefa de fazer as compras da semana. Digamos que sua realidade seja a mesma da maioria das famílias brasileiras, ou seja, o dinheiro está meio contado. Ela começa a percorrer as prateleiras do estabelecimento e começa a sentir uma atração infinitamente maior pelas prateleiras de chocolates, doces e refrigerantes do que pelas de cereais, carnes e legumes. E o que ela faz? Obedecendo ao impulso do seu coração, gasta o seu dinheiro da compra semanal com aquelas irresistíveis guloseimas e as leva para casa, divide com toda a família, e eles tem uma manhã muito alegre, o que não se repetiu a tarde, e nem tão pouco nos demais dias da semana quando já não havia guloseimas e nem comida.
Se optarmos por buscar o tesouro deste mundo teremos dias relativamente felizes nesta vida, mas nossa eternidade será, com certeza, ainda mais triste do que foi a semana da família desta mulher.
O ser humano é imediatista, só consegue pensar no hoje, no agora. Mas o verdadeiro filho do Reino de Deus não pode ser assim. Os sonhos dos fieis precisam ser mais espirituais do que materiais. A visão do justo deve estar mais focada na vida eterna do que nesta vida.
Certa vez, Jesus conhecendo que muitos que o seguiam não criam verdadeiramente, usou de uma palavra mais dura, o que fez com que estes desistissem de vez e fossem embora. Feito isso, perguntou também aos doze se não gostariam de ir também, veja o que Pedro, o mais afoito deles, respondeu: “...Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.” (João 6:68)
A multidão estava a procura de palavras que apontassem a solução para os seus problemas imediatos. Já os que haviam entendido a mensagem do Reino de Deus não poderiam mais viver sem as palavras que orientam para a vida eterna. Que tipo de  palavras você tem buscado?!
O verdadeiro leitor das escrituras não poderá negar que entre os ensinos que o Senhor Jesus mais se empenhou para transmitir, está o de saber reconhecer que o verdadeiro tesouro do homem está além da matéria, além desta vida e além do que os olhos carnais podem ver.
O filho do homem jamais demonstrou qualquer ambição pelos tesouros deste mundo, e nem tão pouco instruiu alguém a desejá-los. Antes ensinava dizendo: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam;
Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.” (Mateus 6:19-20)
Apesar de o evangelho ser tão claro a este respeito, o imediatismo deste século e os prazeres do capitalismo têm seduzido os crentes de hoje. E ao romper a etapa dos breves dias desta vida, muitos terão grandes surpresas.
Às vezes fico imaginando como será o tribunal de Cristo, e em minha mente, já ouço alguns crentes fazendo o seguinte apelo: - Oh Senhor! Eu preciso de mais uma chance, pois consegui ser salvo pela tua graça, mas não tive oportunidade de preparar nada para esta vida. Afinal de contas, tive que gastar todo o meu tempo e os meus esforços para conquistar as coisas que eu acreditava que eram indispensáveis para aquela vida!
Acredito que justificativas como estas não serão aceitas no céu. Pois ninguém poderá dizer: - Senhor! Mas isto não estava claro em tua palavra! Mesmo assim, é bem provável que muitos tentarão se justificar. Mas como o Senhor Jesus disse “Quem... não receber as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia.” (João 12:48) Então estes se depararão nesta hora com vários trechos bíblicos que antes fizeram questão de ignorar.
Além do trecho já citado de Mateus 6:19-20: “Não ajunteis tesouros na terra... Mas ajuntai tesouros no céu”. Eles ainda terão que ouvir outros, como:
·       João 6:27: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a este o Pai, Deus, o selou.”  
·       Lucas 12:32-33: “Não temais, ó pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou dar-vos o reino. Vendei o que tendes, e dai esmolas. Fazei para vós bolsas que não se envelheçam; tesouro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói.”
·       Mateus 5:3: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;”
Note a importância que Jesus dava a este tema, pois das bem aventuranças por ele citadas no sermão do monte esta foi a primeira. Esta prioridade do Mestre não foi em vão, porque na verdade existe algo nisto que preocupa o Senhor mais do a possibilidade do detrimento do nosso galardão. Existe por trás disto um perigo ainda maior, o de deixarmos de ama-lo, para servir e buscar somente aquilo que é finito.
Não podemos fechar nossos ouvidos as suas advertências com relação ao tesouro que estamos buscando, já que ele também nos disse: “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” (Mateus 6:21)

1.2 Apologia da miséria?! 
1.3 Valorizando ainda mais o meu tesouro eterno 

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